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Neste estudo comparativo dos nomes de lugar utilizo uma abordagem de baixo para cima (bottom-up), do passado para o presente. Parto da hipótese dos topónimos Évora e serra da Arrábida serem os mais antigos da Mesopotâmia Ibérica (região entre os rios Tejo, Guadiana e Sado). Assim, o topónimo Évora é um cognato do teónimo Abora (Ibru) e Arrábida é a descrição da serra (Ar-Rá-Bi Arabi) tal como as serras de Montejunto (monte junto), Montemor (monte maior) e Monfurado (monte furado). O método consiste em encontrar topónimos cognatos de Abora e Arabi, paradigma Aborabi.
Antes de mostrar a viabilidade da existência pré-histórica dos nomes Abora e Arabi na mesopotâmia Ibérica convém lembrar a razão do sucesso do método comparativo aplicado na linguística histórica. Este sucesso fundamenta-se no facto de mais de 99 porcento das palavras novas serem formadas a partir de outras já existentes. Esta realidade foi constatada pela lexicologista Kerry Maxwell. Este este principio aplicado na formação de nomes a sua validade é reforçada porque os nomes de acidentes geográficos devem ser facilmente reconhecidos e reproduzidos pelas comunidades envolvidas que por vezes falam línguas ou dialectos diferentes.
Tendo presente esta regra de formação de nomes quando analisamos dois topónimos similares mesmo que distantes antes de assumirmos que se trata de uma coincidência (estatisticamente inevitável) devemos considerar a hipótese de ter havido:
- transferência por migração pré-histórica de uma região para outra, ou;
- convergência por serem cognatos (nomes com a mesma origem). Por exemplo rio Abula na Letónia e as antigas cidades Abula (Ávila e Abla) em Espanha não significa que houve transferência de Abula mas de Abora.
No caso de cognatos do topónimo Évora sabemos que foi nomeada pelos romanos por Ebora onde a letra "b" foi substituida pelo "v" depois da reconquista cristã. E que até à invasão árabe esta cidade foi conhecida por Elbora ou Erbora e denominada pelos árabes por Yabora, Yabura, Yabra.
A evolução do topónimo Évora mostra-nos que o nome de lugar depende das línguas dos povos que habitaram continuamente nessa região e as regras linguísticas de variação de fonemas que resultam na substituição, omissão ou introdução de letras:
- a letra b foi substituida pelo v Ebora>Èvora
- a letra o foi omitida de de Yabora>Yabra
- foi introduzida a letra l de Ebora>Elbora
As vogais a, e, i, o, e u ão intermináveis. A letra b pode ser substituída pelo v, f, p ou m.
Fundamentação teórica.
Esta abordagem para o estudo dos nomes de lugar fundamenta-se em:
No próximo post irei abordar a origem do topónimo Évora a partir da Anatólia e relação com o megalítismo na península Ibérica.
Antes de mostrar a viabilidade da existência pré-histórica dos nomes Abora e Arabi na mesopotâmia Ibérica convém lembrar a razão do sucesso do método comparativo aplicado na linguística histórica. Este sucesso fundamenta-se no facto de mais de 99 porcento das palavras novas serem formadas a partir de outras já existentes. Esta realidade foi constatada pela lexicologista Kerry Maxwell. Este este principio aplicado na formação de nomes a sua validade é reforçada porque os nomes de acidentes geográficos devem ser facilmente reconhecidos e reproduzidos pelas comunidades envolvidas que por vezes falam línguas ou dialectos diferentes.
Tendo presente esta regra de formação de nomes quando analisamos dois topónimos similares mesmo que distantes antes de assumirmos que se trata de uma coincidência (estatisticamente inevitável) devemos considerar a hipótese de ter havido:
- transferência por migração pré-histórica de uma região para outra, ou;
- convergência por serem cognatos (nomes com a mesma origem). Por exemplo rio Abula na Letónia e as antigas cidades Abula (Ávila e Abla) em Espanha não significa que houve transferência de Abula mas de Abora.
No caso de cognatos do topónimo Évora sabemos que foi nomeada pelos romanos por Ebora onde a letra "b" foi substituida pelo "v" depois da reconquista cristã. E que até à invasão árabe esta cidade foi conhecida por Elbora ou Erbora e denominada pelos árabes por Yabora, Yabura, Yabra.
A evolução do topónimo Évora mostra-nos que o nome de lugar depende das línguas dos povos que habitaram continuamente nessa região e as regras linguísticas de variação de fonemas que resultam na substituição, omissão ou introdução de letras:
- a letra b foi substituida pelo v Ebora>Èvora
- a letra o foi omitida de de Yabora>Yabra
- foi introduzida a letra l de Ebora>Elbora
As vogais a, e, i, o, e u ão intermináveis. A letra b pode ser substituída pelo v, f, p ou m.
Fundamentação teórica.
Esta abordagem para o estudo dos nomes de lugar fundamenta-se em:
- Recentes estudos genéticos concordarem com a opinião de arqueólogos que defendem a origem da agricultura e do megalítismo na península ibérica nas migrações pré-histórica a partir da Anatólia.
- Estudo do arqueólogo americano Daniel Garrison Brington sobre a divindade Abora (Ibru) na ilha de La Palma, nas Canárias, conhecida no mediterrâneo; em Itália designava-se Aplu ou Apulu pelos etruscos, na Grécia, Apolo, no norte de Africa, Ifri.
- Topónimos relacionados com o eburo celta (suposta origem do topónimo Évora) no artigo da autoria de Guillermo Garcia Pérez com o titulo, Toponímia del tejo en la Península Ibérica publicado na revista Ecologia em 2009 com 1400 cognatos de Abora.
- Ara dedicada à divindade céltica Eburos em Cuevas de Soria, região celtibera.
- Na mudança de paradigma proposto pelo professor John T. Koch Celtic from the west.
No próximo post irei abordar a origem do topónimo Évora a partir da Anatólia e relação com o megalítismo na península Ibérica.
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